@PHDTHESIS{ 2023:2015680311, title = {Dois documentos, duas hist?rias e a mesma dor: edi??o filol?gica e estudo cognitivo do estupro e do corpo feminino violentado em dois crimes de estupro (1936 e 1941-1942)}, year = {2023}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1551", abstract = "Sabemos que os documentos manuscritos nos revelam aspectos da l?ngua, cultura, hist?ria e mem?ria. Sendo assim, a partir do momento em que o/a fil?logo/a tem acesso a tais documentos, ? poss?vel tirar do ostracismo hist?rias que delineiam/representam um povo e/ou um grupo de povos. Na presente tese, tivemos por objetivos editar filologicamente dois crimes de estupro, a saber: um Sum?rio de estupro, lavrado em 1936, de Santa B?rbara-BA, e um Inqu?rito Policial de estupro, lavrado em 1941-1942, de Feira de Santana ? BA, e a partir dos estudos sem?ntico-cognitivos, buscamos compreender como o estupro e o corpo feminino violentado eram conceptualizados no corpus. ? preciso destacar que o desenho metodol?gico desta tese foi pautado em uma metodologia qualitativa, de cunho descritivo, explicativo e documental. Assim, com vistas a preservar os documentos, cuidadosamente transcrever as hist?rias respeitando os aspectos intr?nsecos e extr?nsecos dos documentos, optamos, dentro do campo filol?gico, realizar a edi??o semidiplom?tica no corpus ? tomando por base os crit?rios estabelecidos no NEMa ? N?cleo de Estudo do Manuscrito e Queiroz (2007). Ao editar o corpus, foi imprescind?vel estabelecer di?logos com contextos hist?ricos, com alguns textos liter?rios que tratam de crimes de estupro, como tr?s hist?rias, a de Din?, da Concubina e Tamar, contidas na B?blia (2014), e o conto Quantos filhos Natalina tem? de Evaristo (2019), e dados dos nossos dias atuais - o caso de estupro de Mariana Ferrer. Essas aproxima??es foram poss?veis por, principalmente, adotarmos a concep??o de texto trazida por McKenzie (2005) - texto como marcado pela hist?ria, pelo autor e, tamb?m, aberto, interdisciplinar. Desse modo, as v?timas encontradas no corpus eram vistas como pessoas sem prest?gio social (eram pobres, a julgar pelas declara??es contidas no corpus) e a situa??o delas se agravava ap?s o crime, pois eram consideradas sem honra, ou seja, eram revitimizadas pela sociedade. Assim, atrav?s das discuss?es trazidas por Lose et al (2018), Souza (2014), Sacramento; Santos (2017), Warren (2003) e Ximenes (2020), foi poss?vel compreender que este estudo filol?gico ? ato pol?tico, vision?rio, empoderador e, que tamb?m, tem por objetivo diminuir as vulnerabilidades da mulher. Nesse caminhar, os aspectos hist?ricos, sociais e culturais, presentes nos crimes de estupro, foram tecidos por meio da leitura de alguns historiadores, tais como, Del Priore (2011), Vigarello (1998), Perrot (2003, 2018) s? para citar alguns. O corpo feminino a todo tempo ? pontuado como objeto, posse, o que representa, nesse contexto, o car?ter opressor e hegem?nico do poder masculino nas rela??es sociais; a subalternidade feminina com base na hierarquia de g?nero e a invisibiliza??o das viol?ncias contra a mulher. Para tratar das conceptualiza??es compreendidas para o estupro e o corpo feminino violentado foi preciso tratar da Teoria da Met?fora e Meton?mia, bem como a Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados, a Teoria dos Esquemas de Imagem, Sem?ntica de Frames. Em seguida, catalogamos e analisamos as express?es metaf?ricas e meton?micas com o objetivo de elucidar as conceptualiza??es sobre o corpo feminino violentado. Para o aporte te?rico no campo da Lingu?stica Cognitiva, utilizamos os postulados de Lakoff e Johnson (1980; 1999), al?m de Feltes (2007), Ferrari (2011), Fillmore (1982), Almeida (2021, 2020, 2018, 2016). E para an?lise do corpus adotamos os modelos, com adapta??es, de Ara?jo (2021), Moreira (2015) e Santana (2019), com adapta??es. Deste modo, estruturamos primeiramente as conceptualiza??es dos crimes sexuais, que estavam correlacionadas a oito dom?nios, foram eles: dom?nio JUSTI?A, dom?nio MORALIDADE, dom?nio VIOL?NCIA, dom?nio POSSE, dom?nio FLORA, dom?nio SEXO, dom?nio GUERRA e dom?nio PUREZA. Dentro dos dom?nios, procuramos explicitar a estrutura??o conceptual, atrav?s dos esquemas imag?ticos, trazendo os contextos extra?dos do corpus e as an?lises que foram realizadas sobre as met?foras e meton?mias identificadas. Em seguida, organizamos uma se??o sobre os corpos femininos na viol?ncia sexual, na qual duas met?foras foram salutares para as an?lises, s?o elas: O CORPO DA V?TIMA ? RECIPIENTE e O CORPO DA V?TIMA ? OBJETO.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Estudos Lingu?sticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }