@PHDTHESIS{ 2023:2014769203, title = {Dos autos de defloramento ?s postagens virtuais: a constru??o discursiva da mulher em crimes sexuais ? perman?ncias e rupturas}, year = {2023}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1567", abstract = "Este trabalho est? inserido no ?mbito dos estudos discursivos e tem como objetivo principal investigar como se constr?i, pelo discurso, a imagem da mulher em processos crimes. Desse modo, parte do princ?pio de que a rela??o do sujeito com seu corpo ? ou com os corpos ? n?o lhe ? transparente, e tem como foco de an?lise os Autos de Defloramento datados do in?cio do s?culo XX (QUEIROZ, 2018) e materialidades do s?culo XXI (Revista Eletr?nica Bahia Forense 2019, 2020). Buscando atender aos objetivos propostos, deslocamos aqui o sentido de h?men, como marca biol?gica da virgindade feminina, para inseri-lo dentro de um funcionamento hist?rico, regulado por uma mem?ria discursiva, a qual ainda incide sobre a sexualidade feminina. Desse modo, ancorados no aporte te?rico-metodol?gico da An?lise de Discurso de linha francesa, do fil?sofo Michel P?cheux (1990, 2009, 2010) e outros estudiosos da mesma vertente te?rica que o referido autor: Eni Orlandi (2007, 2012, 2013), Freda Indursky (2009, 2011, 2013), Suzi Lagazy (1988), dentre outros, ser?o analisadas as forma??es discursivas e ideol?gicas acerca da mulher veiculadas nos referidos documentos, bem como o funcionamento da mem?ria discursiva, observando-se como esses sujeitos s?o caracterizados discursivamente nesses processos. Para tanto, foram considerados os elementos sociais, as ideologias, a Hist?ria, as condi??es de produ??o do discurso, tomando como base a ideia de que os discursos n?o s?o fixos, mas se modificam e acompanham as transforma??es sociais da humanidade, sendo, pois, constitu?dos na/pela Hist?ria. Considerou-se tamb?m o fato de que a l?ngua ? opaca e n?o transparente, e de que n?o existe uma rela??o direta entre o signo e o referente. Assim, os gestos de leitura aqui realizados nos permitiram observar que corpo e sujeito est?o imbricados no processo discursivo, de modo que o corpo significa, materializa-se e circula de diferentes maneiras a partir de diferentes significantes, sendo interpretado por sujeitos distintos e que ocupam diferentes lugares no discurso. Diante dos documentos analisados, pode-se dizer que as mulheres v?timas de crimes sexuais significam como maculadas e o espa?o institucional jur?dico em que s?o ouvidas pressup?e uma exposi??o p?blica de seus corpos. Al?m da carne, h? a hist?ria, a ideologia e a subjetividade funcionando e fazendo circular efeitos de sentidos e possibilitando os dizeres. Os discursos recuperados sobre a virgindade e a subjetiva??o da mulher nos corpora analisados reafirmam determinadas constru??es sobre a sexualidade e o corpo femininos. Biologicamente, tem-se um corpo comum a todas as mulheres; ideologicamente, n?o. O discurso dominante da virilidade masculina e dos desejos sexuais aflorados do homem, assim como a culpabiliza??o da mulher foram recuperados e atestam subjetiva??es distintas para homens e mulheres e seus respectivos corpos. Silenciadas tamb?m estiveram outras posi??es acerca da mulher, de modo que o sil?ncio imposto ?s v?timas faz ressoar posi??es que sustentam forma??es discursivas distintas, uma vez que trabalha no jogo da contradi??o de sentidos. De um lado, o discurso da lei; do outro, a v?tima e o acusado. No meio, a pol?tica do sil?ncio fazendo-os significar.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Estudos Lingu?sticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }