@MASTERSTHESIS{ 2025:1263905530, title = {Jamais aconteceu nem se viu coisa igual: uma análise do discurso de Juízes 19-21}, year = {2025}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1822", abstract = "Esta dissertação pesquisa a perspectiva discursiva de Juízes 19 – 21, o discurso de violência contra a Concubina do Levita e seus desdobramentos. Este corpus, como parte do Antigo Testamento da Bíblia Hebraica, trata de uma mulher anônima, a Concubina, segunda esposa do Levita, um membro da classe sacerdotal do Antigo Israel, que, depois de ‘conflito’ com o marido, foge para a casa paterna, mas é buscada pelo consorte. No caminho de retorno, sofre estupro coletivo no lugar do marido, morre e, por fim, é esquartejada pelo mesmo, e as partes do seu corpo são entregues às Tribos de Israel como convocação de guerra. Seguem-se, então, os desdobramentos: uma guerra fratricida das Tribos contra a Tribo de Benjamim, os estupradores, que foram quase extintos. Como paliativo ao genocídio, são entregues aos benjaminitas as moças virgens de Jabes de Galaad, como casamento forçado, e, depois, as jovens de Silo, para serem raptadas. Ou seja, esse discurso religioso, protagonizado por sacerdotes judeus da satrapia persa de Yehud (Judeia), coloca as mulheres em situação de fragilidade e morte. Frente ao corpus de tão explícita violência, utilizamos a Análise de Discurso de Dominique Maingueneau, na perspectiva de reconhecer as intencionalidades discursivas para a produção de sentido. Metodologicamente, no primeiro momento, partimos do campo discursivo de Juízes 19 – 21, onde pesquisamos a História do Israel Bíblico para encontrar o terreno do discurso, ou seja, a rede de posicionamentos, divergências e convergências de onde emerge o discurso. Foi onde desvelamos a classe sacerdotal judia como promotora e articuladora do discurso e assim, da violência mesmo que discursiva. No segundo momento, estudamos o teatro do discurso, que são as cenas da enunciação, o empenho genérico, pois o gênero é parte fundamental da realização discursiva. Foi onde apontamos para a importância da cenografia, ou seja do pano de fundo do discurso, enquanto “inventora” de uma história sacerdotal. Por fim, no terceiro momento, buscamos o corpo do discurso, ou seja, o ethos discursivo, onde entendemos o tom de voz desse enunciador. Ou seja, essa classe sacerdotal, inventando uma história para sua realização de poder. Assim, esta pesquisa demonstra a pertinência da Análise do Discurso para analisar corpus da Antiguidade, bem como lança alguma perspectiva de discussões sobre o enfrentamento da violência contra a mulher no discurso religioso.", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }