@MASTERSTHESIS{ 2023:1512033833, title = {Efeitos da mudança sintática na realização do sujeito pronominal no português da comunidade quilombola Mussuca}, year = {2023}, url = "http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1437", abstract = "O português brasileiro, com relação ao português europeu, possui estratégias que privilegiam o preenchimento do sujeito pronominal e poucas situações nas quais o sujeito pronominal nulo é preferido – as quais já se caracterizam como contextos de resistência (DUARTE, 1993, 1995, 2018a, 2019a). Entre os autores que investigam os processos de variação e mudança do princípio “evite pronome”, como parte do Parâmetro do Sujeito Nulo, a tese de doutorado de Duarte (1995) é considerada um marco para os estudos desse fenômeno no português brasileiro, importância que se desdobra nos demais trabalhos da autora (DUARTE, 1993, 2018a, 2018b, 2019a, 2020). Assim, a partir de uma revisão dos estudos duartinos (DUARTE, 1993, 1995, 2018a, 2019a), demonstrando os fatores que contribuíram para a remarcação paramétrica do princípio "evite pronome” no português brasileiro desde a segunda metade do século XIX, bem como de uma revista sobre o processo de Transmissão Linguística Irregular (LUCCHESI; BAXTER, 2009), colocando-o como um dos elementos que contribuíram para a mudança paramétrica nessa variedade, este estudo busca responder à questão-problema: o processo de Transmissão Linguística Irregular é um parâmetro sócio-histórico que contribui para uma maior variação do traço linguístico de realização ou apagamento do sujeito pronominal no português afro-brasileiro da comunidade Mussuca (Laranjeiras/SE)? Tendo em vista essa pergunta, seguindo uma metodologia quantitativa (GUY; ZILLES, 2007) e os pressupostos da sociolinguística paramétrica (TARALLO, 1987; TARALLO; KATO, 1989; DUARTE, 2016, 2019), este trabalho busca investigar a realização ou o apagamento do sujeito pronominal no português afro-brasileiro da comunidade Mussuca como um traço linguístico que possibilita entender a história dos contatos do português no Brasil com línguas africanas e o processo de aprendizado dessa língua – através da Transmissão Linguística Irregular – dos filhos dos africanos escravizados. Considerando esse objetivo, descreveu-se o português afro-brasileiro da Mussuca, tentando entender a Transmissão Linguística Irregular por meio do controle da faixa etária dos 10 participantes da pesquisa, comparando os resultados com os dados de Duarte (1993, 1995, 2018a, 2019a) – principalmente, Almeida (2005), Lucchesi (2009c). Seguindo a tendência de mudança no português do Brasil, os 1056 dados do corpus apresentaram uma nítida preferência pela realização fonética do sujeito pronominal. Contudo, diferente dos estudos desses autores, o maior índice de sujeito pronominal nulo foi na segunda pessoa (singular/plural). Esse percentual pode ser explicado pela presença de um número significativo de sentenças interrogativas do tipo sim/não, e situações equivalentes, como um contexto de resistência do sujeito pronominal nulo (DUARTE, 1993, 2018a). O programa estatístico utilizado para a rodar os dados, Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005), selecionou como grupos de fatores relevantes para a ocorrência do sujeito nulo: caracterização semântica do sujeito, tipo de oração, pessoa gramatical, desinência número-pessoal, sexo e escolaridade. Contudo, assim como em Lucchesi (2009c), a faixa etária não foi selecionada como significativa, indicando que, no atual estágio da mudança e em razão do nivelamento linguístico (LUCCHESI, 2017), as marcas dos contatos linguísticos se apagaram no português afro-brasileiro, sendo os fatores linguísticos mais significativos dos que os sociais no processo de finalização da remarcação paramétrica – como apontou Duarte (2019a).", publisher = {Universidade Estadual de Feira de Santana}, scholl = {Mestrado Acadêmico em Estudos Linguísticos}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES} }